No momento em que foi feita a chamada para discussão sobre o Parque Tecnológico pela SEDETEC, estivemos envolvidos com problemas internos e não tivemos a possibilidade de participar. No entanto, no momento em que a discussão é reaberta e polariza a atenção da comunidade universitária, analisando o projeto gostaríamos de manifestar o que segue:
A idéia de um espaço de interação científica, tecnológica da Universidade com as diversas formas de atividade produtiva é meritória mas exige um escopo mais amplo do que consta no Projeto do Parque Tecnológico. Infelizmente as referências são sempre ao mercado, à competitividade que reduzem a um único tipo de relação econômica um universo que é bem mais amplo.
A Universidade está inserida numa sociedade plural, onde o mercado é a relação econômica predominante, mas na medida em que a Universidade é o espaço da inovação e da exploração da fronteira das possibilidades, deve necessariamente se abrir para o que surge na sociedade em termos de novas relações, justamente no momento onde o mercado mostra seus limites tanto na capacidade de sustentar uma economia estável como produzir a inclusão social.
Tanto no campo quanto na cidade tem surgido de forma ainda incipiente mas vigorosa agentes econômicos que se pautam pela solidariedade, pela cooperação e pelo respeito ao meio-ambiente. Estas atividades são certamente espaços de inovação social e econômica que devem ser apoiadas pela Universidade. A própria constituição brasileira aponta para a idéia de desenvolvimento inclusivo e com justiça social. Não seria a Universidade um instrumento da sociedade brasileira que deveria promover espaços de inovação onde ela pudesse aportar seus conhecimentos para apoiar as iniciativas dos setores mais desprovidos da sociedade?
Os últimos trinta anos têm mostrado que o mercado desregulado não tem sido capaz de desenvolver a inclusão social. Assim os excluídos têm buscado formas alternativas de sobrevivência digna nem sempre apoiadas pelo Estado. Baseados nesses considerandos propomos o seguinte:
1. Que se faça referência explícita numa formulação mais abrangente que o Parque Tecnológico busca prioritariamente o desenvolvimento tecnológico social e humano da sociedade brasileira, balizando assim todos os demais instrumentos que vão regular o funcionamento do Parque Tecnológico.
2. Que na constituição da gestão do Parque Tecnológico sejam incluídos setores que garantam uma direção compatível com o escopo antes definido, como por exemplo, representantes de trabalhadores, agricultores familiares e participantes dos empreendimentos da Economia Solidária.
3. Que a semelhança do sistema de cotas que a Universidade dispõe para ampliar o acesso ao ensino superior das maiorias desfavorecidas, o Parque Tecnológico tenha políticas afirmativas em relação aos setores econômicos da sociedade desfavorecidos.
Carlos Schmidt (Coordenador do NEA)
Gilmar Gomes (Coordenador da IT)
A idéia de um espaço de interação científica, tecnológica da Universidade com as diversas formas de atividade produtiva é meritória mas exige um escopo mais amplo do que consta no Projeto do Parque Tecnológico. Infelizmente as referências são sempre ao mercado, à competitividade que reduzem a um único tipo de relação econômica um universo que é bem mais amplo.
A Universidade está inserida numa sociedade plural, onde o mercado é a relação econômica predominante, mas na medida em que a Universidade é o espaço da inovação e da exploração da fronteira das possibilidades, deve necessariamente se abrir para o que surge na sociedade em termos de novas relações, justamente no momento onde o mercado mostra seus limites tanto na capacidade de sustentar uma economia estável como produzir a inclusão social.
Tanto no campo quanto na cidade tem surgido de forma ainda incipiente mas vigorosa agentes econômicos que se pautam pela solidariedade, pela cooperação e pelo respeito ao meio-ambiente. Estas atividades são certamente espaços de inovação social e econômica que devem ser apoiadas pela Universidade. A própria constituição brasileira aponta para a idéia de desenvolvimento inclusivo e com justiça social. Não seria a Universidade um instrumento da sociedade brasileira que deveria promover espaços de inovação onde ela pudesse aportar seus conhecimentos para apoiar as iniciativas dos setores mais desprovidos da sociedade?
Os últimos trinta anos têm mostrado que o mercado desregulado não tem sido capaz de desenvolver a inclusão social. Assim os excluídos têm buscado formas alternativas de sobrevivência digna nem sempre apoiadas pelo Estado. Baseados nesses considerandos propomos o seguinte:
1. Que se faça referência explícita numa formulação mais abrangente que o Parque Tecnológico busca prioritariamente o desenvolvimento tecnológico social e humano da sociedade brasileira, balizando assim todos os demais instrumentos que vão regular o funcionamento do Parque Tecnológico.
2. Que na constituição da gestão do Parque Tecnológico sejam incluídos setores que garantam uma direção compatível com o escopo antes definido, como por exemplo, representantes de trabalhadores, agricultores familiares e participantes dos empreendimentos da Economia Solidária.
3. Que a semelhança do sistema de cotas que a Universidade dispõe para ampliar o acesso ao ensino superior das maiorias desfavorecidas, o Parque Tecnológico tenha políticas afirmativas em relação aos setores econômicos da sociedade desfavorecidos.
Porto Alegre, 15 de março de 2010.
Carlos Schmidt (Coordenador do NEA)
Gilmar Gomes (Coordenador da IT)
2 comentários:
Contem com nossa participação porque as propostas são perfeitas: é preciso popularizar e discutir horizontallmente a produção e a utilização da ciência e da tecnologia. Estaremos representadas na audiência pública!
abraço solidário, Mulheres Rebeldes
Acredito que o Parque Tecnológico não é exatamente o espaço propício para a agregação específica de minorias desfavorecidas. O Parque estará aberto a todos que tiverem condições de criar projetos tecnológicos inovadores e mostrar que estes são economicamente viáveis, sendo eles parte da minoria desfavorecidas ou não. Além disso, para os lotes, as entidades deverão comprovar que têm a verba necessária para a construção ou que têm como captar esse recurso. Cooperativas que desenvolvem tecnologias inovadoras serão sempre muito bem-vindas.
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